Há alguns anos o desejo de ingressar em uma carreira militar tem aumentado. Em 2021, por exemplo, os concursos da Escola de Sargentos das Armas (ESA) e da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) bateram recordes de inscritos. Já em 2022, foi a vez da Escola de Aprendizes-Marinheiros (EAM) e do Colégio Naval (CN), que foi incentivado, inclusive, pela possibilidade da participação do segmento feminino e anunciada a abertura de 1080 vagas para candidatas do sexo feminino.
Em 2023, a tendência não é diferente e já há alguns editais previstos, como o da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da AFA (Academia da Força Aérea) e muitos outros.
Segundo Ismael Santos, coordenador pedagógico do Estratégia Militares – curso preparatório para concursos na área militar, criado pelo grupo educacional Estratégia, que já garantiu o ingresso de mais de 4.640 alunos nas Forças Armadas -, há diversos fatores que têm ocasionado esse crescimento. “Diferente de um concurso público, que, a depender do setor, publica o edital a cada três anos, nesse caso há uma regularidade anual. Isso traz segurança ao candidato”, diz. “Além disso, a estabilidade e a aposentadoria integral são outros pontos que atraem os jovens de hoje”, completa.
Diante desse cenário, o especialista separou cinco dicas para aqueles que querem começar uma carreira no segmento em 2023 e precisam se preparar para as avaliações. Confira:
1. Começar a estudar com antecedência
Devido à alta concorrência, as provas não dão margem para um estudo focado apenas no conteúdo que, normalmente, é avaliado. Dessa maneira, o estudante precisa dispor de um material completo com antecedência. “A dominação dos temas que estarão nos testes só acontece com o passar do tempo e cada concurso tem seu nível de dificuldade. Por isso, é sempre bom para o aluno começar a estudar de forma antecipada e centralizada nos temas programáticos de modo direcionado para a banca”, explica Santos.
2. Disciplina na preparação
De acordo com o coordenador pedagógico do Estratégia Militares, os concurseiros devem se preparar de modo eficiente, o que envolve, principalmente, a disposição de horários no período em questão. “É fundamental estabelecer uma rotina, com metas semanais a serem cumpridas. Para isso, pode ser útil fazer uma divisão da carga diária de estudos de maneira proporcional à dificuldade nas disciplinas, ou seja, quanto mais difícil o conteúdo, mais tempo precisa ser destinado para ele”, destaca.
O especialista também ressalta que a preparação para os concursos abrange os locais e hábitos presentes na mesma. “O espaço que a pessoa dedica aos estudos requer organização, caso contrário todo o seu esforço não irá render. Do mesmo jeito, aquele momento de empenho deve ser efetivo, fazendo com que algumas ações não sejam recomendadas para alcançar essa finalidade, como, por exemplo, o uso de redes sociais que não estejam relacionadas ao estudo”, complementa.
3. Conhecimento dos processos seletivos
Por conta da grande quantidade de concursos militares, há algumas diferenças entre os processos seletivos de cada um, que podem ser determinantes nas escolhas dos concurseiros. “Se pegarmos o exemplo das Forças Armadas, qualquer candidato entre 13 e 26 anos tem a possibilidade de fazer a avaliação. Já para o concurso para Oficial do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, não há limite de idade”, pontua Santos.
4. Não se apegar a um modelo de teste
Para o especialista do Estratégia Militares, a recorrência dos editais requer que os candidatos foquem menos na estrutura das provas em si e mais na sua preparação, visto que não há exatamente um modelo a ser seguido. “A principal indicação sobre os testes é fazer muitas questões sem medo de errar e não se apegar a notas de cortes de anos anteriores, afinal, cada ano é um ano. Por essa razão, realizar simulados é uma excelente forma de não se prender à especificidade dos conteúdos que serão avaliados”, afirma.
5. Conciliar estudos e atividades físicas para o TAF
Um concurso militar é composto pelas seguintes etapas: prova objetiva, Teste de Aptidão Física (TAF), inspeção de saúde, avaliação psicológica, procedimento de heteroidentificação e avaliação documental. A presença do TAF no processo seletivo torna necessária uma conciliação dos estudos teóricos com uma rotina focada no corpo, tanto no sentido de exercícios, como de alimentação. “Alongamentos, treinar com equipamentos adequados, descansar bem e fazer refeições saudáveis são diferenciais gigantescos para essa fase dos concursos”, finaliza Santos.