As boas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ainda são o caminho principal para a entrada dos estudantes de todo o Brasil nas faculdades. E, embora a prova seja aplicada apenas no fim do ano, a preparação para ela deve começar muito antes, segundo os professores. A disputa é acirrada, e todo esforço vale a pena: apenas na última edição, foram 3,4 milhões de inscritos, segundo o Ministério da Educação.
A prova é longa, abrange as principais disciplinas, mas é a Redação a etapa mais temida pelos estudantes. Ela é formada por uma frase-tema, normalmente citando algum problema atual da sociedade, e exige uma devolutiva: o texto precisa ter até 30 linhas e uma estrutura de dissertação argumentativa.
“Muitos dizem sobre uma ‘estrutura coringa’, esqueletos de redação, entre outras dicas. Porém, o processo de escrita só traz resultados a partir do momento que o colocamos em prática”, sublinha Gustavo Gueno, professor do Ensino Médio do Colégio COC Beraldo de Campina Grande do Sul/PR. “O professor é um avaliador e apontará o que pode ser melhorado. Reescrever a redação é crucial para que você melhore seu desempenho de acordo com o que foi pontuado”, completa.
Treinar muito, ler mais ainda e contar com o suporte da família e da escola endossa as dicas do profissional. Combinadas, as técnicas não trazem soluções mágicas, mas maior tranquilidade e chance de acerto. “O ideal no processo de preparação para o Enem é ter foco e organização em relação aos momentos de estudos, que não se resumem às aulas regulares. Os alunos devem estudar também no contraturno, revisando conceitos e resolvendo exercícios”, afirma o coordenador do COC Beraldo, Edi Rotini. Ele destaca, ainda, que, para ajudar na redação clara, com ideias que fluem, é interessante ficar atento aos assuntos que estarão em alta na mídia durante o ano. “Não existe método revolucionário, mas sim persistência e muito treino”.
Como não surtar?
Embora a ansiedade faça parte do ser humano e naturalmente fique mais latente diante de avaliações, controlá-la pode ter um efeito positivo no desempenho do Enem. Além do preparo que precisa acompanhar o aluno do último ano do Ensino Médio ao longo de todo o período letivo, o dia da prova merece especial atenção.
Para o professor Gustavo, esse controle se torna mais fácil quando a lição de casa é feita por todos os agentes envolvidos no cuidado e na preparação do estudante. “O apoio familiar é essencial no processo, porém, tudo em excesso faz mal, assim como as cobranças. Uma dica é buscar eventos culturais, como ir ao cinema: dessa forma, você pode diminuir a tensão e adquirir repertório sociocultural que pode ser usado em sua redação. Mas não devemos esquecer a saúde mental. É importante. Buscar apoio profissional para direcionar corretamente seus pensamentos é uma forma de preparo que pode o deixar à frente de muita coisa”, exorta.
Para o coordenador Edi, a ansiedade não tratada atrapalha, “principalmente chegando perto da data de realização do Enem. Integrar aos estudos atividades físicas, momentos de descanso e de descontração para a mente pode ajudar”, diz.
Neste sentido, o Colégio COC Beraldo, que acaba de completar 25 anos, tem um manejo especial. Parceria com institutos que tratam da inteligência emocional tem garantido alunos mais calmos, com resultados melhores de aprendizagem, menos indisciplina e mais adeptos às relações interpessoais.
“Nosso foco, além do ensino, é orientar os alunos a serem os protagonistas da própria vida, dominando suas emoções em diversos momentos de alegrias e adversidades. Prepará-los para se saírem bem no Enem, mas com tranquilidade, faz parte da proposta”, assinala Elton Beraldo, diretor da instituição.
Prazos
Vale anotar na agenda para não perder a data: as inscrições para o Enem vão de 8 a 19 de maio; o exame acontece nos dias 5 e 12 de novembro, dois domingos consecutivos. Com a nota, os estudantes podem acessar às universidades privadas e públicas, no âmbito federal e estadual, como método de inscrição e conquista de bolsas. Dá para estudar fora do Brasil também: mais de 50 instituições de Ensino Superior em Portugal consideram o desempenho na prova como porta de entrada.