O ano de 2021 começou promissor, com expectativa positiva quanto ao retorno das instituições de ensino do Espírito Santo às atividades presenciais; escolas, colaboradores, pais e alunos seguindo à risca os protocolos de saúde; e a educação como prioridade – como deve ser e precisa sempre estar.
Porém, algumas semanas depois, vivemos um momento delicado da pandemia. Não há que se negar ou discutir o tamanho prejuízo em vidas que a Covid-19 nos trouxe desde o início de 2020, porém, mais uma vez, a opção foi de fechamento das escolas e suspensão das atividades presenciais, que estão começando a ser retomadas agora, após semanas de fechamento. O Brasil é, inclusive, um dos países que têm optado por essa estratégia por mais tempo no mundo.
No Espírito Santo, as faixas etárias de 0 a 4 anos, 5 a 9 anos e 10 a 19 anos se mantêm, desde o março de 2020, com os menores percentuais de casos confirmados em relação à população em geral. De acordo com o boletim epidemiológico do dia 9 de abril de 2021, foram registrados 7.199 casos de professores infectados com a Covid-19 desde o início da pandemia e em 81,5% dos casos não foi identificada a relação da infecção com o trabalho.
Com o avanço da pandemia e o fechamento das escolas, observou-se em todo o mundo um considerável aumento no número de consultas por motivos psiquiátricos em crianças com quadros de ansiedade e depressão. Em países como França, Israel e Suécia, o baixo risco de infecção e morte por Covid-19 em crianças e o concomitante aumento do risco à saúde mental embasou estratégias para a manutenção das atividades escolares presenciais.
Vários estudos conduzidos em todas as partes do mundo demonstram um comportamento pouco agressivo da Covid-19 em crianças. Dados da Academia Americana de Pediatria e Children’s Hospital Association apontam que, nos Estados Unidos, país com maior índice de casos no mundo, o número acumulado de casos de Covid-19 em crianças até setembro de 2020 totalizava pouco mais de 513 mil, representando 9,8% de todos eles.
Em relação à gravidade, somente 0,2% – 8% de todas as crianças com Covid-19 necessitou de hospitalização, sendo que infantes representam menos de 0,4% de todas as mortes pela doença no país.
As atividades escolares e extracurriculares presenciais trazem significado, estrutura e um ritmo diário para crianças, adolescentes e jovens. Médicos psiquiatras e neurologistas apontam que, para os que sofrem com depressão e ansiedade, o afastamento dessas atividades pode piorar os sintomas e reforçar o retraimento social e os sentimentos negativos.
Tornar a educação um serviço essencial e tratá-la como prioridade é urgente. Nossas crianças e jovens precisam estudar, nossas escolas estão prontas para ensinar e nossas famílias querem que seus filhos estudem. Educação é o maior bem que uma nação deixa para o seu povo; e continuaremos trabalhando para garanti-la.